O Paralítico de Betesda e a Teologia do Anjo que Agitava as Águas – Lenda?

Segundo a Teologia, no tanque de Betesda – בֵּית-חִסְדָּא Beit Chesed (lê-se bêit résed)- casa de misericórdia em Hebraico – estava o paralítico de betesda, enfermo há 38 anos, e mais toda sorte de doentes e miseráveis.

Era um tanque diferente dos demais, pois possuía cinco alpendres, ou seja, cinco portas de entrada para a Casa da Graça e da Misericórdia.

Realmente, essa é uma das passagens mais belas do Novo Testamento. E quais seriam as revelações, os ensinos teológicos, que estariam conectados com a cura do paralítico de betesda?

Como a descrição que o Apóstolo João traz no capítulo 5 do seu Evangelho pode nos ajudar a entender essa passagem?

Para que possamos compreender essa narrativa, e as partes consideradas “problemáticas” pelos Teólogos (como a descida do anjo que movia as águas), teremos de dividir este estudo em alguns tópicos:

  1. O Tanque de Betesda: Por que o Foi Construído?
  2. A Casa da Graça e da Misericórdia;
  3. “Trinta e oito anos (o Sinal)” no Deserto e a Paralisia Espiritual; e
  4. O Paralítico é um Tipo de Israel.

o paralítico no tanque de betesda

O Paralítico Estava no Tanque de Betesda.

POR QUE O TANQUE DE BETESDA FOI CONSTRUÍDO?

A contaminação do povo de Israel com a idolatria e a imoralidade fez com que a ira de Deus os expulsasse da Terra Prometida, quando foram levados para o cativeiro Babilônico por Nabucodonosor.

E após o Exílio Babilônico (que ocorreu por desobediência aos mandamentos do Senhor), houve uma tentativa de expandir os conceitos de pureza (rituais de purificação com água, que era exigida aos sacerdotes) a todo o restante do povo.

Normalmente, a Lei de Deus (a Torá constituída dos cinco primeiros livros da Bíblia), exigia a purificação com água, somente quando um indivíduo fosse adentrar o Templo em Jerusalém.

Porém, como parte dessa tentativa de evitar um novo exílio, foi expandida o entendimento da abrangência do local santo, não ficando restrito ao Templo, mas foi aumentada para toda a cidade de Jerusalém.

Daí houve a necessidade de se construir diversos tanques de imersão (semelhante ao batismo cristão), para atender a grande demanda do povo.

Principalmente nas festas de peregrinação (Páscoa, Shavuot, e Sukkot – Tabernáculos ), quando os Judeus das partes mais remotas de Israel vinham à Jerusalém para ofertar no Templo.

O arqueólogo Shimon Gibson tem sustentado que esse tanque era usado para o ritual de purificação dos Judeus, na época do segundo Templo, desde o segundo século antes de Cristo.

Tendo conhecimento dessa introdução, vamos ao texto base dessa magnífica passagem:

“Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.

Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.

Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.

Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.

E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.

E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?

O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.

Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.”

João 5:1-8

Aqui os dois primeiros versos em Hebraico Bíblico:

1  אַחֲרֵי הַדְּבָרִים הָאֵלֶּה הָיָה חַג הַיְהוּדִים וְיֵשׁוּעַ עָלָה לִירוּשָׁלַיִם.

2  הָיָה שָׁם בִּירוּשָׁלַיִם מָקוֹם אֶחָד לִטְבִילָה, שֶׁנִּקְרָא בְּעִבְרִית בֵּית-חִסְדָּא, וְהָיוּ בּוֹ חֲמִשָּׁה מְבוֹאוֹת.

A FESTA DESCONHECIDA

Depois disto havia uma festa entre os judeus” – A cura do Paralítico do tanque de Betesda ocorreu, provavelmente durante a festa conhecida como Shavuot, ou Festa das Semanas, que é celebrada cinquenta dias após a Páscoa.

Nesta festa os Judeus comemoram a revelação da Lei de Deus para Moisés e o povo de Israel, no evento do monte Sinai, também chamado em Hebraico de Matan Torah.

O Evangelista João não cita, no início do capítulo 5 (que trata da cura do paralítico de Betesda), o nome desta festa porque o tema principal do livro de João é apresentar Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Por isso João dá ênfase à Festa da Páscoa, onde a função do cordeiro tem proeminência.

Veja que João não retrata toda a vida de Jesus, como os demais evangelhos fazem, mas inicia logo do Seu batismo, e dá saltos na sua narrativa, tratando já no capítulo dois, da Páscoa:

“E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.” João 2:13.

Novamente, no capítulo 6, João retorna ao tema da Páscoa para associar Jesus a um dos elementos principais desta festa, que é o pão.

Após a citação de que a Páscoa estava próxima, João passa a descrever a multiplicação dos cinco pães de dois peixinhos.

“E a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.” João 6:4

“Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?”  João 6:5

João é o evangelista que mais dá detalhes da última Páscoa que Jesus participou com seus discípulos, que ficou conhecida como a última ceia.

Do capítulo 12 em diante, ele passa a descrever os eventos que antecederam a morte de Jesus, relacionada com a Páscoa, e que apresenta Jesus como o Cordeiro Pascal – o sacrifício perfeito e eterno.

“Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera, e a quem ressuscitara dentre os mortos.” João 12:1

A PALAVRA DE DEUS NA ÉPOCA DE JESUS

Então, Jesus, no capítulo 5:1 de João, desce para Jerusalém no período da comemoração de uma festa que celebra o recebimento da Lei de Deus, pelo povo de Israel.

E vale aqui lembrar que para os Judeus do primeiro Século, os Livros da Lei, os primeiros cinco livros – de autoria de Moisés – é que constituíam a Bíblia que os Judeus conheciam.

Para os discípulos de Jesus, os cinco primeiros livros de Moisés eram a Bíblia que eles conheciam (se bem que existia os rolos dos Profetas, mas nem todos reconheciam a autoridade daqueles livros, como por exemplo os Saduceus).

Os livros de Moisés, o Pentateuco, também chamado em Hebraico de Torá, eram os livros amplamente reconhecidos como sendo a Palavra de Deus.

Todas as seitas Judaicas da época reconheciam isto, porém o mesmo não acontecia com os livros dos profetas. Havia seitas que não reconheciam a autoridade dos Profetas como Palavra de Deus.

Então, resumindo e recapitulando, os cinco primeiros livros, o Pentateuco ou Torá, eram tidos como a Palavra de Deus, para os Judeus daquela época.

Esse fato pode parecer irrelevante, mas é essencial para o entendimento da cura do paralítico de Betesda. Vamos prosseguir, você vai entender no final.

O TANQUE DE BETESDA

O Tanque de Betesda (βηθεσδά em Grego), estava localizado próximo na parte norte da muralha do Templo e da Fortaleza Antônia, construída por Herodes, e ficava originalmente, fora dos limites dos muros da cidade de Jerusalém.

o tanque de betesda fora dos muros de jerusalém

O Tanque de Betesda, ao lado Direito do Templo, Fora dos Muros da Cidade de Jerusalém.

Há autores que tomam esta informação, e também alguns achados arqueológicos que remetem à divindade chamada de Asclépio, (da mitologia Grega e Romana, deus da medicina e da cura), para afirmar que o Tanque de Betesda era um local de adoração pagã.

asclépio deus da medicina e da cura

Serápis ou Asclépio, o deus Romano da Medicina e da Cura.

Na nossa opinião, Betesda não poderia ser associada com a adoração a esse deus Greco-romano, porque foi somente depois da destruição do Templo de Jerusalém pelos Romanos (ocorrido no ano 70 DC).

E mais, após 100 ou 200 anos, que os Romanos construíram uma “Casa de Banhos” dedicada ao deus Asclépio, justamente por causa da tradição que houve cura nas águas deste tanque.

A dedicação Romana deste tanque a sua divindade pagã, é portanto uma reflexão dos anos anteriores, da época de Jesus e de João.

O contexto histórico e arqueológico vão demonstrar que o Tanque de Betesda era utilizado como um mikveh (tanque de imersão, semelhante ao Batismo), como a Tosefta (um conjunto de registros Rabínicos) descreve quando se refere a este período, – “…A pureza se espalhou em Israel…”

No segundo Século Antes de Cristo, o ritual de purificação com água, que era prescrita somente para os Sacerdotes, foi considerado importante por toda a população.

Todas as pessoas de Israel consideravam que tinham que se purificar, especialmente quando iriam entrar na cidade de Jerusalém.

Outro mikveh, um pouco menor do que os de Siloé e Betesda, foi encontrado por Benjamin Mazar, ao sul do Monte do Templo. Este tanque deve ter sido reservado para uso privativo dos Sacerdotes do Templo.

Em Jerusalém, havia pequenos mikva’ot (tanques de batismos) nas residências, porém nos três grandes festivais de peregrinação (Páscoa, Shavuot, e Tabernáculos), era necessário grandes tanques para a purificação das multidões.

Outra prova de que o Tanque de Betesda era usado como local de purificação ritual, é a palavra hebraica para o termo Tanque, em João 5:2 , que é לִטְבִילָה  litvilá – que significa “Tanque de Imersão” – onde se fazia a טְבִילָה Tevilah – imersão.

“Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque (לִטְבִילָה litvilá), chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. João 5:2”

UM TANQUE COM CINCO ENTRADAS

Quando Yeshua/Jesus cura o Paralítico, no Evangelho de João, o Tanque de Betesda é descrito como tendo cinco entradas.

E essa descrição era tão não usual (um tanque de imersão tinha quarto entradas e não cinco).

Como eram os Tanque de Siloé e o Birket Bani Isra’il (nome Árabe para “Tanque dos Filhos de Israel”), que foi descoberto por Charles Warren’s em 1860 em Jerusalém, como publicado pela revista BAS – Biblical Archaeology Society.

Por isso muitos estudiosos afirmavam no passado que o tanque em estudo, era uma criação da imaginação de João.

o tanque de betesda

As Cinco Entradas Simbolizavam os Cinco Livros da Bíblia.

O TANQUE SUPERIOR

Durante o Período do Primeiro Templo (que Salomão construiu) o tanque era chamado “tanque superior”, um reservatório formado por uma represa construída no vale de Beth-Zetha, para armazenar água da chuva.

Contudo enviou o rei da Assíria a Tartã… com grande exército ao rei Ezequias, a Jerusalém; subiram, e vieram a Jerusalém.

E, subindo e vindo eles, pararam ao pé do aqueduto da piscina superior, que está junto ao caminho do campo do lavandeiro. 2 Reis 18:17

Então disse o Senhor a Isaías: Agora, tu e teu filho Sear-Jasube, saí ao encontro de Acaz, ao fim do canal do tanque superior, no caminho do campo do lavandeiro.
Isaías 7:3

Bezetha também foi mencionada por Flávio Josefo na sua obra Guerra dos Judeus, livro II, Capítulo 19, seção 4..

E com as escavações arqueológicas do local, em 1880, Betesda se revelou um tanque retangular, que na verdade era constituído de “duas piscinas”.

Elas eram separadas por uma parede (ver ilustração acima – três entradas na frente e mais duas na parte de trás), o que fazia com que o tanque tivesse cinco entradas (e isto vai ter uma importância simbólica e teológica muito grande).

As cinco entradas representam os cinco livros de Moisés. E os livros de Moisés, o Pentateuco ou Torá, era a Palavra de Deus naquela época, como explicamos mais acima. As cinco entradas eram a representação da Palavra de Deus.

A PORTA DAS OVELHAS

“Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque.”

Na área norte do Templo estava o Tanque de Betesda e a Porta das Ovelhas. A Porta das Ovelhas era o local por onde as ovelhas entravam na cidade de Jerusalém, para serem sacrificadas no Templo.

A CASA DA GRAÇA E DA MISERICÓRDIA

Betesda (בֵּית־חַסְדָּא-Beit-Chasda) em Hebraico significa “Casa da Misericórdia” e “Casa da Graça”. Neste contexto, o Evangelista João, usando da sua cultura, do seu conhecimento:

– ele era Judeu e a Bíblia que ele conhecia era o Antigo Testamento – apresenta elementos na sua narrativa que são na verdade pistas (o 2º nível de interpretação, na Hermenêutica Judaica, chamado de REMEZ).

João quer nos passar a mensagem que o Tanque de Betesda simboliza a Misericórdia de Deus, e que há Cinco Entradas para a “Casa da Misericórdia” – os cinco livros de Moisés, que representam a Palavra de Deus.

Ou seja, a Palavra de Deus é a Porta de Entrada para a Misericórdia e para Graça.

E Jesus é a própria Palavra Viva e Encarnada (este é o conceito do Aramaico מימרא  “Menra” e do Grego λόγος Logos“, e do Hebraico דבר “Davar“, que significam “Verbo ou Palavra”, e que João aplica em todo o seu evangelho – “No princípio era o verbo…João 1:1”).

Jesus também é a Porta. Portanto, João reúne elementos como água, que simboliza a purificação dos pecados, juntamente com a Porta das Ovelhas, que era usada para levar estes animais para o Sacrifício expiatório.

Toda essa narrativa é um testemunho sobre o Sacrifício do Cordeiro de Deus que tira, limpa e purifica o pecado do mundo. Essa é a Graça de Deus derramada entre os homens!

UM ANJO DESCIA EM CERTO TEMPO AO TANQUE

O movimento das águas do Tanque de Betesda simboliza o movimento do Espírito Santo. Muitos vão criticar que apenas o primeiro enfermo a entrar nas águas, após o movimento do Anjo do Senhor, seria curado.

Há quem diga que esta citação de João seria o reflexo de uma crendice, reproduzida pelo nobre Apóstolo de Jesus. Para explicar este fato, gostaria de invocar a imagem de um copo com água até a sua metade.

copo meio cheio ou meio vazio

Um Anjo Descia e Agitava as Águas do Tanque de Betesda?

Como você enxergaria este copo? Ele está “meio cheio”, ou está “meio vazio”? Qual é a sua visão da vida? Qual é a sua visão espiritual? Pessimista ou otimista?

Digo isso, porque aquele acontecimento era só um lembrete, um aviso, de que, se sem exigir fé, apenas tomando a atitude de se lançar nas águas do Tanque de Betesda, já se alcançava milagres!

Imagine então, o que poderia acontecer se os Judeus tivessem fé, se cressem no Cordeiro de Deus? Milagres muito maiores seriam alcançados!

Mesmo vendo que um anjo descia, movimentava as águas e quem entrasse era curado, ainda assim aqueles homens não desenvolveram a fé que Deus poderia curar a TODOS!

Deus queria, na verdade, curar a todos aqueles enfermos, mas eles não desenvolviam a fé necessária para isso! Mesmo vendo que o Eterno continuava a curar, que o poder Dele era o mesmo!

Isso também acontecia com Jesus. Apesar de Jesus ter curado a muitos, ainda assim houve ocasiões que Ele não pode fazer milagres, porque o povo insistia em não crer!

 E não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles.
Mateus 13:58

O PARALÍTICO DE BETESDA

Por isso mesmo, o Paralítico estava naquela situação há trinta e oito anos! Justamente, este é o tempo que foi acrescentado ao povo de Israel, para andar pelo deserto, como punição por desprezar a Terra que Deus jurou que lhes daria:

E vossos filhos pastorearão neste deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto.

Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos, e conhecereis o meu afastamento.
Números 14:33,34

E o povo de Israel, já estava no deserto há dois anos quando recebeu esta punição do Eterno. Assim tiveram que ficar mais 38 anos em peregrinação, em estado de Paralisia Espiritual, por causa dos seus pecados.

Aquele paralítico há 38 anos simboliza este estado de paralisia espiritual que acometia a muitos em Israel, no tempo de Jesus – principalmente os Principais dos Escribas, dos Fariseus e dos Sacerdotes.

Estes outros estavam fora da “Casa da Misericórdia”. Não podiam entrar nela, pois pra isso tinham que entrar por uma das Cinco Portas (alpendres), ou seja, tinham que entrar por meio da Palavra de Deus.

Mas eles estavam com os seus entendimentos “cegados”, sofriam de um tipo de “miopia espiritual”. A liderança religiosa de Israel, desde aquela época, acreditava mais na Tradição Oral, do que na Torá Escrita por Moisés.

Eles chegavam a invalidar os Mandamentos que o Eterno deu ao Seu povo por meio da Torá e dos Profetas, para seguirem os mandamentos de homens.

O próprio Jesus já tinha advertido sobre esse erro:

Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.
Marcos 7:13

João, está ensinando, por meio da cura do paralítico do tanque de Betesda, que a porta de entrada para a Graça não é a tradição oral, mas a Palavra de Deus.

Mas os líderes da religião não conseguiram ver que Yeshua (Jesus) era a Torá Viva, o Profeta anunciado por Moisés, a própria Palavra de Deus, viva, a Porta de Entrada para a Misericórdia e a Salvação.

Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas
João 10:7

Por isso, a “Misericórdia Viva e em Pessoa”, a própria “Porta para a Misericórdia”, a “Palavra de Deus” encarnada, vai ao Tanque de Betesda para acabar com aquela paralisia física e espiritual:

Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. João 5:1-8

Sobre o autor | Website

ישראל סילבה Casado com Ana Paula Curty, papai da Sarah Curty, cursou hebraico bíblico, geografia da terra de Israel, e o contexto judaico do Novo Testamento, é especialista em estudos da Bíblia Hebraica, certificado pelo Israel Institute of Biblical Studies; e Apocalipsismo judaico, pela Keets alMayim.

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46 Comentários

  1. Paulo Roberto Alves da Silva disse:

    Parabéns, ao escritor Israel Silva, elucidou meus pensamentos sobre a passagem da cura do paralítico, porque estou assistindo a série fictício na Netflix chamada “The Chosen”, muito boa sua explicação sobre o assunto. Parabéns de novo.

  2. Sidney disse:

    Excelente estudo, apenas com uma reasalva.
    As bíblias mais tradicionais mantém o versiculo 4 com colchetes, o que caracteriza um acréscimo de copistas.
    Muitos outros versiculos na biblia tem esses colchetes.
    Sobre o movimento tarde das águas, fico com o posicionamento de que se tratava de uma crendice popular.

    • Israel Silva disse:

      Não se tratava de uma crendice popular. O trecho que fala da descida do anjo ao tanque está presente na maioria absoluta dos manuscritos gregos (98%). Códice A (século V) e Códice L (século VIII), Cópias do Latim Antigo (século IV, V e XIII), assim como muitos dos manuscritos da Vulgata. A Peshitta Aramaica Siríaca e outros manuscritos siríacos posteriores também possuem esse trecho. Apenas 2% dos manuscritos gregos não possuem esse texto.

      Existem vários Pais da Igreja primitiva que descrevem detalhes semelhantes aos encontrados em João 5:4. O mais antigo deles, de longe, é Tertuliano, que escreveu no início do século III:

      ‘Um anjo, por sua intervenção, costumava agitar a piscina em Betsaida. Aqueles que se queixavam de doenças costumavam observar por ele; pois quem quer que fosse o primeiro a descer nelas, após o seu banho, deixava de se queixar.’ (Tertuliano, Sobre o Batismo, Capítulo 5).”

      Os manuscritos GREGOS que omitem a maior parte dessas palavras são o Sinaiticus, Vaticanus, P66 e P75. Entretanto, esses manuscritos considerados ‘os mais antigos e melhores’ estão constantemente em desacordo, até mesmo entre si.

      A Peshitta Aramaica contem a narrativa do anjo do tanque de Bestesda. As divergências estão nos manuscritos GREGOS.

  3. Josiane disse:

    Estava pesquisando sobre essa passagem biblica e cai neste blog de paraquedas e já de cara amei a explicação sobre. Parabéns pelo conteúdo deste site.

  4. Alison Pablo disse:

    A paz do Senhor Jesus, irmão Israel Silva…Lhe parabenizo pelo conteúdo, pois me ajudou muito ..Mas ainda possuo uma dúvida, o “anjo” citado na passagem provinha de Deus ? ….fico na dúvida devido a Palavra também relatar que o Diabo se disfarça de anjo de luz(2Co 11, 14)…
    Estou planejando uma aula na EBD, justamente sobre a passagem do tanque de Betesda, e seria de muita ajuda se o irmão partilhace a opinião me esclarecendo a dúvida….Desde já agradeço a atenção.

    • Israel Silva disse:

      O objetivo de satanás é roubar, matar e destruir. Nunca curar. Aquele anjo era parte da misericórdia de Deus. Veja o nome do tanque.

    • Albino Ferreira Penha disse:

      Shalom professor!
      Estou fazendo o curso de hebraico contigo e estou vendo todos os conteúdos disponíveis na Net .aprendendo muito.louvado seja o Deus vivo .

  5. Iêda Pinheiro disse:

    Shalom Professor! Mas uma vez estou aqui na tua pagina me deliciando, sentindo o céu na terra com seus ensinamentos. Muito obrigado .Tenho aprendido bastante. Yeshuá continua te capacitando, meu querido irmão. Todah Rabah.

  6. Elivaldo Gomes de Alcântara disse:

    muito bom esse estudo

  7. Katia Patrícia Ferreira Góes da Silva disse:

    Muito tremenda a sua interpretação deste capítulo, a muito tempo procuro algo a respeito e encontrei muito esclarecedor, que Deus continue te abençoando pastor

  8. José disse:

    Professor, achei o seu site aqui por “deuscidencia”, e estou perplexo, tantas coisas que tinha umas dúvidas, outras mal esclarecidas… E está me ajudando, edificando muito. Deus te abençoe.

  9. Roberto Orfeo disse:

    Meus cumprimentos ao Professor Silva…
    Acho que o Marcelo esqueceu de considerar que a CURA do enfermo no Tanque, näo se deu nem ao mover das aguas e nem ao mergulho nas aguas !!!! O Tanque é o mesmo que cita II Reis e Isaias, mas a motivaçäo de Jesus, relatada por Joäo era a Páscoa!!!! “O Cordeiro de Deus que anula o pecado do mundo” e o que o Senhor Jesus deixa claro naquele momento, foi que Ele era o Cordeiro de Deus que anula o pecado na vida dos homens, e no caso daquele homem, os 38 anos de espera, foram os 38 anos de dominio da RELIGIÄO e da IDOLATRIA…..Cura para o físico e cura para a alma…..

  10. Marcelo disse:

    Cheguei aqui por causa de uma pregação na igreja em que congrego e que não concordei com o pregador dizendo ser um MITO sobre a presença de um anjo ou milagres no tanque. Creio de Gênesis ao Apocalipse na fidelidade da palavra

    • ADRIANO disse:

      a paz meu amigo.
      se vermos toda a versão original , iremos sim encotrar alugmas traduções nao corretas e inseridas pelos copistas.
      era um tanque dedicado ao deus asclépio – deus da cura

      • Israel Silva disse:

        Qual “versão original”? O NT em Grego tem mais de 5 mil “versões originais”. Qual entre os “originais” é “mais original”? A maioria quase que absoluta dos evangélicos desconhece esse fato.

        Não há um manuscrito “original” grego que seja igual ao outro entre 5 mil. Eles são inclusive, por causa disso, organizados em “famílias de manuscritos”.

        É por isso que usamos a Peshitta em Aramaico com versão em Hebraico, que é muito mais coesa e coerente.

        Você poderia também nos dizer em qual manuscrito foi inserido o “erro dos copistas”. Só há referência à cura no tanque nesse manuscrito? E os demais manuscritos, não trazem essa passagem?

        O que voce não citou, foi que segundo a revista de arqueologia bíblica https://biblicalarchaeology.org/, somente mais de 100 anos após Jesus que o tanque de betesda passou a ser um local ligado ao asclépio.

        Isso porque os Romanos construíram por cima do tanque uma casa de banho romana.

        Mas talvez o meu nobre amigo não tivesse esse conhecimento. Entendo.

        Apenas a sua afirmação não é suficiente para desqualificar a narrativa bíblica, meu nobre amigo. Acho que já abordei muito bem o assunto, e apresentei provas, diferente da sua narrativa, que me desculpe a sinceridade, é vazia de evidências.

        Não tome essas palavras como ofensa, não há como responder o seu comentário sem observar esse ponto tão essencial em uma troca de opiniões.

  11. ADRIANO disse:

    shalom do Eterno meu irmao. D’us continue te usando grandemente para a GLORIA do SEU SANTO NOME.

  12. Rubia disse:

    Eu também acredito que o agito daquela água era crendice, não há relatos de cura lá. E só iam pra lá em estado terminal ou com mobilidade reduzida.

  13. Werner Heinrichs disse:

    Confesso que foi a melhor explicação que já li até hoje, nos últimos dias eu estava muito intrigado com esse texto. Ficou tudo muito claro. Que Deus te abençoe

  14. Elson disse:

    Gostei, Deus abençoe

  15. Cleudo Darch Maia dos Santos disse:

    A Paz de Jesus a todos.

    Infelizmente história e cultura judaica não explicam as mensagens do Divino Mestre.
    Vejamos: a passagem se trata de uma profecia, revelação simbólica, de acontecimentos que viriam a acontecer.
    A porta NÃO é das OVELHAS, não se trata de Jesus operando ali, pois Ele é a Porta das OVELHAS (João 10:7). Jesus só entrou, curou o Dele (doença espiritual) e saiu. Lugar onde poucos privilegiados obtêm resultados e uma grande maioria desprovida, até mesmo de entendimento, é usada como massa de manobra. A Bíblia não diz se o anjo é de Deus ou do Senhor, deixando claro ser um anjo, sendo que em todas as passagens da Bíblia Ela deixa claro, quando fala de anjos, que ele é de Deus ou do Senhor e neste caso não diz, deixando claro que se trata de um anjo caído aprisionando pessoas em lugares onde se busca resultados através do sobrenatural (espiritual) : 1.Profecias 2. Milagres 3. Família 4. Prosperidade 5. Revelações.
    Não É a água que se move, é Jesus; com a vinda de Jesus, água, óleo, e todo simbolismo fica obsoleto. Ele é o Nome que está sobre todo Nome. Ora, visto que a Lei tem sombras dos bens vindouros, e não a imagem real das coisas (…) Hb. 10:1.
    A passagem não podia representar Jesus, o paralítico curado, quando interrogado, não conhecia Jesus. Jesus era estranho ali, apesar de haver milagres, muito parecido com lugares de hoje. Na verdade a passagem representa a realidade de hoje, representando o que acontece mundo afora, infelizmente.

    Graça e a paz do Senhor Jesus!

  16. Cicero Rodrigues de Almeida disse:

    Olá Israel shalom, este foi minha primeira visita e sou muito grato por este conteúdo deste texto de Jo. 5, 1-8, que O Sr continue abençoando sua vida e família como também seu ministério, um forte abraço.

  17. lucimara disse:

    BOM DIA … Gostei bastante do estudo você tem instagram ou facebook ?

  18. CLAUDEMIR DO NASCIMENTO disse:

    Obrigado meu irmão,vc me esclareceu e muito.
    Deus continue lhe abençoando grandemente.

  19. Silvia Helena disse:

    Muito obrigada por disponibilizar este estudo.

  20. JARZEN GUERREIRO disse:

    Amei o estudo, simples e profundo. Simples por ser de facil compreensão, profundo pela riqueza de informações. Gloria Deus por sua vida.

  21. Daniel Gabriel Silva disse:

    Shalom amados irmãos!
    Amado irmão ISRAEL… por favor, você poderia me indicar a referência Bíblica de que o povo de Israel havia rodado no deserto por dois anos, quando receberam assim por consequência da falta de Fé mais 38 anos de caminhada?
    Pergunto pois até hoje havia tido o entendimento que tinham andado apenas 40 dias, momento em que os espias haviam retornado com as informações sobre a Canaã… neste momento sempre compreendi que a decisão de DEUS como castigo, havia sido 1 ano para cada dia, resultando 40 anos de peregrinação.
    Abraços, obrigado!

    • A história dos espias começa em Números 13, correto? Veja o texto:

      Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada um príncipe entre eles.
      Números 13:2

      Porém, muito antes desse fato, no capítulo 1 de Números, o texto afirma que o início dessas ações ocorreram já no primeiro dia, do segundo mês, no SEGUNDO ANO DA SAÍDA DO EGITO.

      Falou mais o SENHOR a Moisés no deserto de Sinai, na tenda da congregação, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito, dizendo:
      Números 1:1

      Portanto o estudo está correto, e há sim um simbolismo. O povo já tinha caminhado 2 anos no deserto e teve mais 38 anos como punição.

      Shalom!

  22. William disse:

    Fiquei maravilhado com esse estudo Deus abençoe

  23. Marlon ferreira disse:

    Muito bom que o ETERNO abençoe sua vida.

  24. sidcley lucio marques disse:

    Amei o Estudo Parabenz muito Bom Obrigado por disponibilizar essa Ferramenta para nois usarmos a Favor do Crescimento Espiritual de Cada Servo De Deus .

    So assim um dia seremos Chamados de Dicipulos de Jesus.

  25. Adriano disse:

    Ola ! A paz de Cristo Jesus nossa esperança ! Pode me mandar este estudo por pdf ? Achei mto interessante !

  26. JOAO GERMANO DOS SANTOS disse:

    Simplimente completo, uma porta abre outro estudo….

  27. Ricardo Azevedo disse:

    Nossa, este texto foi sensacional. E emocionante ver como as coisas de Deus se encaixam.

  28. Honorato, Yoel disse:

    SIMPLESMENTE ESTUPENDO!!!!!…MARAVILHOSO ESTUDO….TODA RABA

  29. Eder Leal disse:

    Só faltou explicar que a parte do anjo que descia não está no original Grego!!

    • Israel Silva disse:

      O Grego não é o original. O original é Aramaico, e lá está registrado que o anjo descia sim! Shalom!

    • Firmo disse:

      A Bíblia de estudo ntlh também diz que o episódio do anjo não está no original, por isso está entre colchetes.

      • Israel Silva disse:

        Essa informação está desencontrada. Não é que não esteja no original. Há alguns manuscritos em Grego que vem com essa parte em colchetes. Não são todos os manuscritos que trazem esse destaque. Além disso, também existem manuscritos em Aramaico que confirmam a autenticidade dessa narrativa bíblica. Sem essa parte do anjo, toda essa passagem ficaria desfigurada, perderia o sentido.

        • Sidney disse:

          Não perde o sentido por Joao só está relatando o que o paralítico disse, ele não está afirmando, nem mesmo concordando, é apenas o que o paralítico acredita que acontecia.
          Em nenhum outro texto vejo esse tipo de Deus que “abençoa” quem chega primeiro, como uma espécie de competição pela cura.
          Não se trata do Deus que cremos!

          • Israel Silva disse:

            Não é verdade. João não está relatando o que o paralítico disse. O Apóstolo João é quem afirma a narrativa de que um anjo descia de tempos em tempos. Leia o texto novamente:

            ² Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.
            ³ Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.

            Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
            João 5:2-4

            Sem essa parte da narrativa, toda essa passagem ficaria sem sentido.

        • luciano Duarte de Melo disse:

          A paz do Senhor Pastor! achei esse estudo do paralitico do tanque de Betesda muito exclarecedor e gostaria que se fosse possível o senhor me enviar esse estudo em PDF pois eu tentei copiar e colar mas não é permitido pelo sistema, então se puder me enviar ficarei muito grato, vou postar meu e-mail, desde já agradeço pela atenção, a paz de Cristo

  30. Osvaldo Tecnico disse:

    Paz e graça. Sou de Araraquara SP e ao pesquisar o tema na Internet cheguei aqui. Obrigado por partilhar conosco este belo e edificante estudo. Um abraço, em Cristo, seu irmão Osvaldo Soares.